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Consórcio ou Financiamento?

Escrito por Eduardo Bomfim | Nov 15, 2024 6:34:35 PM

Contexto Histórico no Brasil

Ao longo das décadas, o Brasil enfrentou períodos de inflação elevada e flutuações econômicas. Essas condições resultaram em taxas de juros mais altas em comparação com muitos outros países, o que encareceu significativamente os empréstimos e financiamentos. Nesse cenário, o consórcio se destacou como uma alternativa viável e popular para a compra de bens, especialmente durante os anos 80 e 90. Ele surgiu como uma solução para adquirir veículos, imóveis e outros bens sem o peso dos juros altos, tornando-se uma prática acessível e amplamente utilizada pelos brasileiros.

O Que é o Consórcio e Como Funciona?

O consórcio é um modelo de compra programada, onde um grupo de pessoas contribui mensalmente para um fundo comum, gerido por uma administradora de consórcio. Cada grupo é formado com o objetivo de adquirir um determinado tipo de bem, como carros, motos, imóveis, entre outros. A cada mês, um ou mais participantes são contemplados, seja por meio de sorteios ou pela oferta de lances, recebendo uma carta de crédito. Essa carta pode ser usada para comprar o bem ou serviço desejado.

  • Carta de Crédito: É o valor pelo qual o participante contribuiu, que pode ser utilizado para comprar o bem, quitando a compra à vista. O participante contemplado recebe a carta sem pagar juros sobre o valor, apenas uma taxa de administração.

O Que é o Financiamento e Como Funciona?

O financiamento é uma forma de adquirir um bem de forma imediata, utilizando um empréstimo concedido por um banco ou instituição financeira. Ao contratar um financiamento, o comprador obtém o bem desejado imediatamente e se compromete a pagar o valor total parcelado ao longo de um prazo definido, com a incidência de juros sobre o valor financiado.

  • Posse Imediata: No financiamento, o comprador tem acesso ao bem de imediato, sem precisar esperar por sorteios ou lances.
  • Juros: As parcelas incluem o valor do empréstimo mais os juros cobrados pela instituição financeira. Isso significa que o valor total pago ao final do contrato é superior ao valor original do bem.

Diferenças entre Consórcio e Financiamento

1. Custo Total

  • Consórcio: Não há cobrança de juros sobre o valor da carta de crédito. No entanto, é cobrada uma taxa de administração, que varia de acordo com a administradora e o prazo do grupo.
  • Financiamento: Incidem juros sobre o valor total do empréstimo, aumentando o custo final do bem. A taxa de juros varia conforme o banco e o perfil de crédito do comprador.

2. Forma de Aquisição

  • Consórcio: A aquisição do bem depende de sorteios mensais ou da oferta de lances pelos participantes. É ideal para quem pode esperar e quer evitar o pagamento de juros.
  • Financiamento: A compra do bem é imediata, sem necessidade de sorteios. No entanto, é essencial ter cuidado com os juros ao longo do tempo.

3. Planejamento e Disciplina Financeira

  • Consórcio: Exige um planejamento financeiro e disciplina, pois o participante precisa contribuir mensalmente para o fundo comum, sem garantias de contemplação imediata.
  • Financiamento: Apesar da posse imediata, o comprador precisa se planejar para arcar com parcelas que incluem juros.

Qual é a Melhor Escolha?

  • Consórcio: É uma opção vantajosa para quem tem paciência para aguardar a contemplação e quer evitar os juros. Também é uma escolha inteligente para quem possui uma renda estável e pode planejar a compra de um bem a longo prazo. Outra vantagem é a possibilidade de utilizar lances para tentar antecipar a contemplação, caso o participante tenha recursos adicionais.
  • Financiamento: É mais indicado para quem precisa do bem de imediato ou não quer depender da sorte de ser contemplado em sorteios. No entanto, é crucial estar ciente dos custos adicionais dos juros e ter um planejamento financeiro a longo prazo.

Resumo e Dicas

A escolha entre consórcio e financiamento depende principalmente de três fatores: urgência, planejamento financeiro e capacidade de lidar com os custos adicionais. Considere se você pode esperar para obter o bem, se tem disciplina financeira para contribuir mensalmente e se deseja evitar juros. Por outro lado, se a posse imediata do bem é fundamental para você e os custos dos juros são administráveis, o financiamento pode ser a melhor alternativa.

Conclusão:

Avalie suas prioridades e seu perfil financeiro antes de tomar uma decisão. Com uma análise cuidadosa, você pode escolher a melhor opção e alcançar seus objetivos de forma adequada ao seu momento e necessidades.